Destaque
Elite Club, Cadaval ... haverá um club como este?
Por ... Hélder Galveia
Um clube da Zona Oeste da Associação Columbófila do Distrito de Lisboa no qual as classificações são subvalorizadas em detrimento da promoção do Pombo-correio, da amizade e do convívio salutar. Pese embora estas premissas, vários nomes sonantes do panorama distrital de Lisboa brilham por estas paragens e, ano após ano, grandes pombos aparecem a fazer "flores" a todos os níveis. Este ano, por exemplo, podemos destacar dois grandes pombos, nomeadamente a "Portuguesa", Pombo Ás de Velocidade no "Elite Club, 1º distrital e nacional Sport Velocidade, vice-campeã no Campeonato Nacional de Velocidade e brilhantemente Campeã Olimpica 2019 em Poznan - Polómia. Parabéns também á grande pomba de Odivelas Brás & Serafim, Pombo Ás Geral e Meio Fundo no Elite Club, Campeã Distrital Sport Adultos, Vice-Campeã Nacional na Exposição em Viana do Castelo e 20º na Olimpiada.
Mais uma vez a festa de consagração dos campeões decorreu no feriado de 1 de Dezembro, num local lindissimo com todas as condições para mostrar o nível da columbofilia local. Ano após ano, inúmeras individualidades são chamadas e marcam presença neste dia especial... dirigentes, grandes columbófilos nacionais e estrangeiros etc, etc... quem vai fica com vontade de regressar. Uma festa com muita atenção aos pormenores, boa disposição e sempre virada para a promoção do bem-estar, do convívio, bom ambiente e homenagem aos mais sábios, aos que mais têm contribuido para o sucesso da columbofilia no Cadaval. Este ano a titulo de exemplo, foi entregue um prémio especialissimo ao amigo Heitor Silva (irmão do saudoso Sargento Silva), um grande campeão a todos os níveis, quer como amador, quer como dirigente... Certo dia o Heitor Silva lamentou-se dizendo..."em tantos anos e tantos títulos, nunca ganhei nenhuma faixa"... o presidente da Mesa da Assembléia Geral, outro amigo, o Bernardes, ouviu e preparou uma agradável surpresa, no decorrer da tarde e durante a entrega de prémios aos vários campeões dos vários campeonatos, chamou ao palanque o Heitor Silva para lhe fazer uma homenagem sentida, oferecendo uma faixa para o Campão de uma Vida e não apenas um vencedor de um campeonato...quer o columbofilo como a sua esposa ficaram muito emocionados e não era para menos.
Como esta temos muitas, vamos estando habituados, porque estes homens surpreendem os amigos e associados ano após ano... sempre pela positiva.
Texto retirado do Mundo Columbófilo, com o nº 1138 - 28 fevereiro 2019.
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Heitor Monteiro Silva
Elite Club
Heitor Monteiro da Silva, é o nosso entrevistado. Visitámos este senhor quando apenas faltam uns dias para fazer 85 anos. É um Columbófilo daqueles que disputam os primeiros lugares dos campeonatos onde participa ano após ano e em muitas ocasiões os vence. Com 14 anos viajou da sua terra natal: Jazente – Amarante para o Porto para casa do seu irmão mais velho, o conhecido Sargento Silva, em busca de uma vida melhor. O seu irmão não tinha filhos e acabou por ser o segundo pai de todos os seus irmãos que começavam a vida passando por casa dele. Por estes anos já havia pombos em Amarante, mas eram uma mistura de vulgares e correios, pese embora esses espaço em casa de seus pais tivesse sido já palco de competições columbófilas pela mão de um outro seu irmão. Portanto o primeiro contacto é feito ainda em cada dos pais e o segundo contacto acontece no porto em 1948.
Prémios de destaque.. logo no começo da vida como columbófilo
O irmão foi dos primeiros grandes columbófilos do Porto e ele foi para seu manager. Imaginem caros leitores já nesta altura se voava à viúves no Porto, Heitor foi encontrar uma realidade que desconhecia, um pombal com 25 viúvos presos nos ninhos. Durante 6 anos viveu nesta casa e aprendeu com os melhores a arte de criar e competir com Pombos Correio.
Uma sala de troféus lindissima
Depois deste período veio para uma pequena aldeia, perto de Torres Vedras. A 13 de Novembro deixou o aconchego do lar e partiu com mais 3 companheiros para trabalharem e se fazerem à vida… Pela altura do natal já estava sozinho, já que os colegas não aguentaram o trabalho e a distancia de casa. Esta viagem acontece sem conhecimento dos seus pais, que vêm a saber mais tarde com uma carta enviada por Heitor. Um ano muito rigoroso, passava frio e quando os pais souberam da sua condição mandaram cobertas e mantimentos para ele se aguentar nesta nova fase. A vida traz destas coisas, é precisamente neste pequena povoação que conhece a sua esposa, namoram, casam em 1962 e vêm viver para Torres Vedras. Têm sido companheiros desde então.
Faz pombal na encosta do castelo em Torres e no arranque teve os seus primeiros pombos que foram enviados pelo seu irmão. Começa a concorrer num pequeno pombal com 13 viúvos, alguns do Porto e outros de Jaime Sestelo, que era muito amigo do Sargento Silva. Nessa campanha ficou em 13º. A sua escola na columbofilia neste anos foi feita com homens como o Perdigão, Manuel Bento de Almeida etc etc…nomes sonantes ainda hoje no panorama nacional.
Manteve se neste pombal apenas nesse ano, pois com o casamento, mudou de residência e os pombos passaram para um pombal em alvenaria já existente nessa casa, eram as antigas instalações de Alberto Augusto. Não tinha reprodutores… leva consigo alguns dos melhores pombos que tinham voado no pequeno pombal. Os seus primeiros reprodutores até foi Jaime Sestelo que lhe ofereceu um casal. Nas instalações novas logo ao primeiro ano ganhou o seu primeiro prémio… ficou em 8º no campeonato Geral e já ficou animado… decorria o ano de 1963. Em 1964 ficou em 2º lugar na Geral e em 1965 foi campeão na Geral… inclusive nesse ano campeão de Fundo, aqui começou a senda vitoriosa.
Esta entrevista teve um cariz especial, por toda a historia que trazemos hoje a publico, mas também pela companhia que tivemos ao longo da tarde. O amigo Bernardes. presidente da Assembleia Geral do Elite Club, fez as honras da casa, recebeu o Columbofilia Online… almoçamos juntos e depois fomos visitar o Sr. Heitor… aproveitando a sua facilidade de comunicação e o entrosamento entre ele e o entrevistado, fez praticamente o trabalho todo da entrevista, conduzindo as pergunta e encaminhando os 84 anos de historia… agradeço a sua disponibilidade e aproveito a ocasião para o convidar a participar activamente neste espaço, escrevendo e fazendo chegar o que mais notório acontece na sua zona… desafio aceite?
O amigo Bernardes, fez-nos uma introdução como conhecedor de causa, afirmando que até à chegada de Júlio Albuquerque a estas paragens o amigo Heitor foi o melhor columbófilo de Velocidade e Meio Fundo que apareceu, enquanto na especialidade de Fundo era Rosa Agostinho e o Bernardes seu Pai. Heitor era, e é um jogador de pombos… trabalha-os durante a semana, faz o seu jogo e nunca é igual de semana para semana. Tentámos saber e levantar um pouco o véu… mas ficamos na mesma…o nosso entrevistado assobiou sempre para o lado… seu maroto… lá foi dizendo algumas por entre os dentes.
Uma coisa é certa… foi o primeiro columbófilo a trazer para esta zona a viúvez de Fêmeas. Esteve sempre um passo à frente dos seus adversários.
O ano de 1965 ficou marcado também por uma prova de Valência Del Cid, concurso que por norma os pombos vinham ao cair da noite… nesse dia apostaram 100 escudos… que não vinham pombos no dia… Perdigão, José dos Santos não queriam acreditar… pouco passava das 4 da tarde já Heitor tinha o primeiro atleta… e enquanto avisava os amigos para não se descuidarem que já havia pombos, estes mostravam-se incrédulos e ate quiseram ir ao pombal confirmar… pois é caros leitores, quando lá chegaram já estavam mais dois dentro do pombal, fez 1º, 2º e 4º de 6 encestados… tempos que ficam marcados para sempre na memoria e nunca se apagam.
Concorreu praticamente toda a sua vida em Torres Vedras. Grande colectividade… chegaram a ser 84 concorrentes e a encestarem 2500 pombos por concurso. Em 2013 entrou no Elite Club - Secção Columbófila do Clube Atlético do Cadaval e ai tem concorrido até este ano de 2018.
Durante estes anos os pombos mantiveram se sensivelmente os mesmos, apenas com uma introdução ou outra pontual. Aconteceu uma historia interessante que acabou com alguns reforços de qualidade. Certo dia apareceu uma fêmea com um papelinho na pata, leu o papel que vinha agarrado com uma guita, era um dos seus pombos que tinha entrado no pombal de Domingos Matos Gino, celebre pelos seus brancos, que o soltou. O amigo Heitor escreveu lhe uma carta a agradecer e a disponibilizar o seu pombal para no caso desse senhor ser columbófilo, o poder visitar e reforçar se na sua casa. Recebeu uma carta de Gino a dizer que no momento actual estava de partida para a tropa e que não era o melhor momento para lhe fazer uma visita e adquirir pombos, o que se veio a concretizar logo que o columbófilo terminou o serviço militar. Nessa altura o nosso entrevistado enviou lhe duas fêmeas dentro de uma pequena caixa, enviada pelo comboio. Nesse mesmo ano ganharam em Avanca 5 primeiros. Ficou ali uma ligação forte e certo dia arrancou com a esposa direito a Avanca para conhecer pessoalmente o homem do escrito na pata. Quando se apresentaram e do outro lado se ouviu:”eu sou Heitor de Torres Vedras” recebeu um abraço efusivo de alegria e algumas palavras sentidas: “foi o único que me deu pombos correio, foi o senhor… o resto só me deram galegos” Dai para cá ficou uma amizade para a vida, e continuaram a visitar se durante muitos anos. Dai vieram alguns pombos que fizeram a diferença, quer a voar, quer a reproduzir, ainda hoje em dia alguns dos seus bons pombos são de geração desses pombos que vieram de Avanca, agora já cruzados com os seus… diz que nem precisam de treinos… quando são bons vêm na cabeça para ganhar.
A campeã de velocidade e de Meio Fundo, uma pomba de 1981 , filha de uma fêmea do Gino e um macho de José Corado. Foi anilha de ouro de Torres e 9º Distrital. Em 1985 esteve no palácio de cristal na Exposição nacional, onde ficou em 25º.
Outro grande pombo… o melhor de todos, foi a Craque, pomba que foi a Inglaterra representar Portugal, uma Simon, vice campeã Nacional em Brejos de Azeitão, Setúbal e Vice Campeã em Vila da feira… esta pomba foi duas vezes vice Campeã nacional e 3 anos campeã Distrital… uma maquina, filha de um macho Lilás que veio do Porto do seu irmão com uma fêmea do Hernâni de Mafra, importada da Bélgica. Quando os irmãos da Craque nasciam azuis ou pedrados eram umas maquinas, mas os vermelhos não andavam nada. Muitos pombos de grande qualidade despertaram neste pombal, só que muitos anos não havia exposições e os pombos não brilhavam como estes brilharam, mas quer nas suas instalações como em pombais onde fez questão de oferecer pombos, brilharam sempre ao mais alto nível.
Neste pombal os pombos são acasalados no final de cada campanha, criam um borracho nessa altura e depois são separados…no inicio das campanhas nunca acasala, começam os treinos e as provas sem fazerem qualquer postura, apenas se vêm alguns momentos depois de chegarem dos concursos. Diz nos que não é conhecimento este procedimento… apenas aconteceu por um acaso, num ano que não tinha ninhos feitos, não acasalou e os pombos vieram tão bem ou melhor do que nos anos que acasalou, dai para cá continuou sempre assim… antes fazia sempre uma postura de 12 dias, altura que separava os sexos, as fêmeas iam para o sótão e só de lá saiam aos fins de semana para voar e receber os machos. Só os machos ficam no pombal… essas fêmeas descansadas eram jogadas na parte final da campanha a Fundo e era nessa altura que faziam a diferença nas classificações. Faziam choco, eram separadas e depois entravam na viuvez até fim da campanha. Motivava raramente antes do cesto: por vezes as fêmeas podiam visitar os ninhos e nunca visitar os machos, podem ver as tigelas e mesmo ter algumas palhas para ajeitarem nos ninhos e os machos por vezes visitavam as fêmeas sem nunca galarem, ou terem acesso ás tigelas, não devem gastar energias, se forem muito excitados ficam cansados, desgastam se nas caixas, enquanto elas vão mais sossegadas.
Deu nos uma dica fundamental: nesta altura do ano, quando se começam a soltar os adultos na pré época, solta um sexo por dia e em cada dia dormem em pombais alternados para não começarem a andar pelos cantos a tomarem posse. Baseia o seu tratamento no acompanhamento meticuloso e em produtos naturais, pois a reforma não permite grandes aventuras.
Confessa-nos que gostava de ver novamente o seguinte campeonato: enviar 7 designados a velocidade, 5 pombos designados a Meio Fundo e 4 a Fundo… campeonato que na sua opinião reflecte a qualidade do jogador de pombos e do columbófilo. Em 1965 foi assim em Lisboa.
Apesar desta vida tão preenchida, ainda arranjou tempo para ser dirigente. Durante estes anos foi director muitos anos em Torres Vedras no conselho Técnico, e em outros cargos, só nunca foi Tesoureiro e Presidente da Assembleia Geral… de resto desempenhou todas as funções possíveis. Foi presidente da Direcção em 1967.
Uma mágoa que estava na cabeça do amigo Heitor, foi o facto de ter ganho tantos campeonatos, de especialidades , campeonatos gerais, em tantos anos desde os anos sessenta, mas nunca teve direito a uma faixa.
Uma fotografia que espelha bem o sentimento que foi manifestado pelo casal, perante a homenagem de uma vida à qual toda a sala, com mais de 200 pessoas de pé, aplaudiram o exemplo de vida como homem e columbófilo. Ao seu lado esteve todos estes anos a D. Judite, que também trata dos pombos e sabe estar dentro do pombal e cuidar muito bem dos meninos.
Terminamos mais esta etapa… uma entrevista sobre uma vida dedicada à columbofilia, praticada ao mais alto nível com participações em exposições Nacionais, em olimpíadas, fazendo pódio a nível local e nacional, e ainda um homem amigo do seu amigo… e bom companheiro… é obra… Obrigado por esta tarde muito bem passada. O columbofilia Online deseja um óptimo natal e uma próxima campanha repleta de bons resultados a estes novos amigos, também ao Bernardes e todos os seus.
Obrigado.
Este trabalho foi elaborado pelo nosso amigo
Hélder Galveias
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Mauro Aniceto – Jovem Campeão
Elite Club
O mundo gira e dá voltas a uma velocidade que é difícil acompanhar, quando pensamos que estamos actualizados, já não é bem assim, a tecnologia diariamente traz surpresas e avanços que nos chegam a deixar assustados com a velocidade da evolução. Na columbofilia a velocidade dos avanços não se faz ao mesmo ritmo, mas também é um facto que acontece. Anualmente aparecem grandes pombos e começam a ser esquecidos outros, figuras de topo mundial aparecem e desaparecem, curiosamente Gaby Vandenabeele e Louis Van Loon conseguem manter a sua reputação intocável nem que seja pelo facto dos seus grandes pombos cultivados no passado nos seus pombais, continuarem a deixar marcas em todo o mundo e os seus descendentes continuam a vencer provas e campeonatos, é realmente extraordinário. Hoje é com enorme prazer que trazemos ao público Mundial um jovem Columbófilo do distrito de Lisboa, rapaz com escola columbófila e vamos apresentar também a sua grande craque que apenas voou um ano e fez um percurso lindo, uma super Pomba, é conhecida apenas pela “64” se tivesse nascido no meu pombal era simplesmente “A Portuguesa” descendente de Pombos Gaby e Van Loon.
Não conhecíamos o Mauro até há uns meses a esta parte. Um dia em conversas pelas redes sociais começamos a falar os dois que estava a aparecer uma fêmea com determinadas performances, ficamos desde logo com vontade de a conhecer, quanto mais se avançava no campeonato mais a curiosidade crescia. Na primeira oportunidade fizemos à estrada e fomos conhecer pessoalmente Mauro Aniceto e a sua Colónia em especial a “64” uma grande fêmea Portuguesa. Gostamos tanto e o relacionamento com o Mauro em pouco tempo tornou se num relacionamento de amizade ao ponto que no ultimo dia do ano de 2017 voltamos às suas instalações, fotografamos os pais da menina e desfrutamos novamente da companhia deste jovem mas bom columbófilo. Fizemos algumas perguntas que resultaram nas palavras que o leitor pode acompanhar de agora em diante, boa leitura e aprecie tamanha qualidade.
Vista frontal dos Pombais de Voo
MA – O meu pai, Edgar Aniceto começou a concorrer em 1968, neste momento o sócio número um do mundo columbófilo, ou seja, cresci com os pombos correios. Desde muito novo que comecei a ajudar o meu pai com os pombos. Em 2005 quis ter um pombal só meu e comecei na colectividade de Torres Vedras. Em 2010, na colectividade da Lourinhã fui campeão no fundo. Em 2011 fui campeão de meio fundo e fundo. Em 2012 fui 2.º na geral/2.º na vel./2.º meio fundo/2.º fundo. Em 2013 fiz 4.º geral/4.º vel./2.ºmeio fundo. Entretanto casei e em 2014 fomos morar para o Livramento, onde construí o meu pombal, a meu gosto e com tudo o que achei que era necessário.
Corredor de acesso às várias divisões
Em 2015 comecei a concorrer na colectividade do Cadaval (Elite Club), onde me mantenho até hoje. No ano de 2015 apenas mandei a treino, pois os borrachos eram muito tardios. Em 2016 consegui no campeonato interno (entre 26 concorrentes) ser: 1.º na vel./1.º no meio fundo e 6.º na geral. Em 2017 consegui surpreender-me a mim próprio, pois com a pouca disponibilidade que tenho não foi nada fácil obter os resultados.
CO – Principais títulos alcançados?
Elite Club – Campeonato interno (entre 27 concorrentes)
1.º na velecidade
2.º no meio fundo
2.º no fundo
1.º na geral
Anilha de ouro e prata na velocidade e geral
Classificação com doublagens (entre 42 concorrentes)
1.º na velelocidade.
2.º na geral
7.º no meio fundo
7.º no fundo
Anilha de prata e ouro na velocidade e anilha de bronze na geral
Classificação no Bloco e Zona
1.º lugar na velocidade do bloco 6 e da zona c do distrito de Lisboa
1.º lugar na velocidade do distrito de Lisboa com melhor coeficiente
19.º lugar no campeonato nacional
6.º lugar do bloco 6 em meio fundo do distrito de Lisboa
40.º lugar em fundo no distrito de Lisboa
Anilha de ouro em velocidade no bloco 6 do distrito de Lisboa
CO – Quais as principais linhagens de pombos cultivados no passado e como se tem processado a evolução até aos dias de hoje?
Quando comecei a ajudar o meu pai, os sangues que predominavam eram Eloy/Simons. Com o passar dos anoMA s e a necessidade de ter pombos mais rápidos e de ataque introduzimos outros sangues como: Gaby (Senna, Wittenbuik); Van Loon, Grondelaers (via Rui e Paulo Rodrigues).
Tenho vários casais na reprodução feitos como Gaby/ Van Loon e Grondelaers/Gaby, mas a melhor introdução que fiz foi um casal de origem Gaby Vandennable; o macho neto do Wittenbuik e primo do Blisken e a fêmea sobrinha do Wittenbuik. Todos os filhos destes casais cruzados com os meus dão excelentes resultados, aliás a minha fêmea craque resultou de um cruzamento entre uma filha desse casal com um macho Van Loon e neto da Godiva.
“Pai da 64”
Asa do Neto da “Godiva” e pai da “64”
CO – Faz nos uma breve descrição das instalações…
MA – Pombal com 6 divisões: um para fêmeas (com poleiros), um para borrachos, um para os machos com 25 ninhos (pombal de chegada), um para fundo com 8 ninhos, um para fêmeas reprodutoras e um para machos reprodutores com 20 ninhos.
A mãe da craque “64”
CO – Mauro descreve - nos sucintamente os principais procedimentos para o período da muda dentro do teu Pombal.
MA – Depois da última prova faço a escolha dos que ficam para mais uma campanha e elimino todos aqueles que tiveram prestações que não foram do meu agrado, pois aqui para terem lugar na equipa têm de mostrar que o merecem!
Deixo criar um borracho e a partir daqui separo ambos os sexos e fazem a muda todos separados.
Na muda uma vez por semana tomam banho livremente, comem boa ração de duas casas diferentes, verdura, chá, leveduras, purificar o sangue e ter os pombos com saúde, pois para alguns esta fase pode não ter importância, mas a meu ver é a mais importante para o pombo correio, pois é onde o pombo vai arranjar gorduras e reservas para toda a campanha.
Interior do Pombal de reprodutores
CO – Quanto à Pré- Época tens alguns cuidados programadas de antemão?
MA – No final do mês de Dezembro inicio o treino aos borrachos de ano. Neste mesmo mês acasalo os pombos adultos onde fazem choco de 12 dias. A partir daí são separados e entram no jogo da viuvez. Os treinos em linha são apenas até ao início das provas. Depois encesto para as provas e os restantes vão para os treinos. Fazem-se os preventivos e a vacinação. Começo a campanha com 90 adultos (60 fêmeas e 30 machos). Tiro normalmente 80 borrachos, que depois de concluídos os treinos ponho na equipa A 40, Os restantes vão para a equipa B onde farão todas as velocidades.
Uma sala fantástica para assistir às chegadas
CO – Começando o período de competição como de processa o jogo?
MA – O sistema é a viuvez, e alguns truques que se fazem dependendo da prova para incentivar os pombos. Pois pombos com incentivo e em forma é meio caminho para o sucesso. Voam uma única vez por dia.
Mais uma excelente pomba… também linhagem da “64”
Utilizo sempre dois tipos de razões de duas casas diferentes. No início da semana uma ração leve e consoante a dureza da prova, vou juntando uma ração mais forte. Costumo dizer que o pombo correio é um carro de fórmula 1, convém ter combustível para chegar bem, mas não em demasia, pois perde tempo. Durante a semana utilizo o normal, desde vinagre de sidra, vitaminas, leveduras e óleos. De 15 em 15 dias dou preventivos, tricomonas/ vias respiratórias. Sempre que os pombos chegam da prova consoante o rendimento deles verifico se necessitam de algo mais.
Também serve de casa de repasto e escritório…
CO- Este espaço está reservado para poderes agradecer a alguém especial e aos amigos que têm contribuído para este teu sucesso.
MA – Quero desde já agradecer ao meu pai (Edgar Aniceto), pois tudo o que sei aprendi com ele. Depois aos amigos: Rui e Paulo Rodrigues, Mário e Raul Oliveira, ao sr. António de São Martinho do Porto, ao sr. Manuel Luís de Arrifana e ao falecido Vasco Oliveira e também não podia deixar de agradecer à colectividade do Atlético Cadaval (Elite Club) e seus concorrentes, pois aqui, ao contrário de outras colectividades, conseguimos ser adversários, mas acima de tudo somos todos grandes amigos.
E nós também nos despedimos por hoje, agradecendo a amizade que esta família tem ao Columbofilia Online, damos obviamente os parabéns ao Mauro, porque não é sempre que temos a oportunidade de voar com um pombo do Nível da craque que conhecemos, muitos columbofilos passam a vida inteira sem essa oportunidade. Digo mais e sem querer melindrar ninguém, os pombos da moda que neste momento se vendem filhos a 10 000 por essa Europa, custa me muito a acreditar que sejam superiores à “Portuguesa”. Antes de escrever estas palavras fui ver as classificações do “Kittel”, e de outros craques bem conhecidos e idolatrados desde há muitos anos, e nenhum deles tem 4 primeiros em mais de 4000 pombos e não fosse o distrito de Lisboa o ano passado não ter homologado classificações distritais de Velocidade e Meio Fundo, no mesmo ano tinha 3 X primeiro lugar em mais de 14 000 pombos …é obra…temos de valorizar o que é Português, viva Portugal…viva a Portuguesa.
Até breve.
Mais um trabalho elaborado por
Hélder Galveias
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O orgulho do Elite Club...
Campeã Distrital de Velocidade
5286364/15 Campeã Nacional e Olímpica
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